
Super-Homem é a criatura mais forte da Terra e, se a soberania das Nações está apoiada na força dos seus exércitos, ele poderia subjulgar toda a Humanidade e reinar como e quando quisesse, não haveria como deter o seu avanço. Nas histórias em quadrinhos infanto-juvenis em que o super-herói atua, no entanto, ele está a serviço do bem e da justiça, em nada se assemelha com o tirano imperador mundial que se pode deduzir de alguém com tanto poder.
Convenhamos que, talvez, mesmo aqueles que tenham a mais polida ética sucumbissem à tentação de dominar o planeta inteiro caso lhes fosse dado tamanho poder. Pesquisadores intelecrualóides com rugas na cara, fumantes suarentos e leitores de Nietzsche certamente vêem um cenário de império despótico quando são convidados a escrever roteiros realistas acerca da presença de alguém com tantos poderes e, simultaneamente, envolvido no comportamento humano. Esses caras, acostumados com o que há de mais podre no espírito humano, acham que um Super-Homem bonzinho não passa de uma fantasia infantil e ingênua do que aconteceria da realidade. As crianças, ao contrário, acreditam na pureza do coração humano, e não fazem uníssono com os intelectualóides senis, por isso, botam fé na bondade altruísta do super-herói.
Curiosamente, a interpretação infantil é a que mais se aproxima da realidade. Não porque "o bem sempre vence no final", mas porque, justamente com estes super-poderes, seria possível moldar o espírito de uma maneira que você se tornasse realmente incorruptível. Quando você vê um pôr-do-Sol bem bonito, seu estado emocional se altera. Quando você vê um pôr-do-Sol espetacular, você chega a ser inspirar ! Você se torna alguém melhor por alguns momentos e, se você souber ler a Realidade, pode até aprender coisas que você leva para o resta da sua vida. Se prefere experiências mais radicais e se já passou por elas, certamente sabe das diferenças de postura diante da vida antes de descer uma montanha-russa e minutos depois de fazer isso. Agora imagine que tipo de alterações emocionais passaria alguém que voasse em silêncio absoluto, sem nenhum tipo de sujeira sonora de turbinas ou de motores barulhentos de ultra-leve. Se esse alguém pudesse entrar em órbita e ver a espessura da atmofera acompanhando a curvatura da Terra, e fazendo isso a olho nu, sem nenhum tipo de equipamento abafador de sentidos. E se, depois de experiências como essas, pudesse ver uma magnífica erupção de um vulcão furioso a 3 metros de distância, podendo até se aproximar mais e participar dela. O espírito de uma pessoa com estas vicências (e muitas outras de altíssimo impacto comportamental) chegaria a um ponto tal que sua conduta seria a mais elegante já vista. Por isso, acreditar no altruísmo de Super-Homem, mesmo sabendo que ele poderia dar vazão ao lado podre das intenções humanas, é o mais coerente a se fazer. E, desconhecendo as razões sólidas para isso, é o que as crianças fazem.
Nos Estados Unidos o livro número 1 na lista de publicações proibidas é o "Apanhador no Campo de Centeio", o qual era a leitura corrente de Mark Chapman (o cara que matou John Lennon). Ele, Mark Chapman, reconhecidamente fã de Lennon, taxado de louco por ter matado o próprio ídolo, se identificava com a história do tal livro porque o protagonista representava o oposto das atitudes senis, corruptas e falsas de John Lennon ! A imagem que se tem deste beatle é a de um homem de paz, mas qualquer leitor de qualquer biografia séria a respeito de Lennon sabe que, de verdade mesmo, não era bem assim. Existem até rumores de que ele financiava ações terroristas do IRA ! A bandeira da paz, no pulso de Lennon, era só marketing. Pois bem, Mark Chapman reconhecia os valores "infantis" contidos no "Apanhador no Campo de Centeio" e, convertendo estes ideais numa reação para além do aceitável, contra a corrupção de valores de John Lennon, matou o cantor se dizendo fã do próprio (na verdade fã dos valores polidos da paz, da ética e da pureza de coração, típicos das crianças segundo o livro que leu).
As pessoas senis e "maduras" negam a existência de Super-Homem porque não reconhecem que ele é muito mais um exemplo para o coportamento decente do que um super-herói que salva a cidade dos planos maléficos de Lex Luthor. Elas não enxergam que, de fato, além de coerente, é necessária a existência deste super-herói. E se é impossível que ele salve milhares de pessoas de catástrofes monumentais, que pelo menos esteja ao lado das pessoas que têm pureza no coração e lhes salve do tiro de Mark Chapman.